"Dislike" na autoestima
Consumidores transformam-se em criadores de conteúdos. 'Influencers' ditam as tendências que seguem as massas.
A era das redes sociais abriu portas para uma liberdade aparente que aprisiona os pensamentos. Dúvidas e inseguranças começam a surgir, escondidas no “mundo perfeito” de pessoas iludidas pela Internet.
A era das redes sociais abriu portas para uma liberdade aparente que aprisiona os pensamentos. Dúvidas e inseguranças começam a surgir, escondidas no “mundo perfeito” de pessoas iludidas pela Internet.
“Eu não sei o que fazer. Queres que olhe para onde? Está a ficar bem?” João Silva, estudante de Jornalismo e Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), com apenas 20 anos é “youtuber” e tem, neste momento, 10.400 seguidores no Instagram.
O criador de conteúdos tenta publicar 3 vezes por semana. Após editar as imagens até à perfeição e publicar, a espera ansiosa pelo “like” começa.
A chuva ouvia-se a bater nas janelas da FLUC, um tom sombrio percorria o edifício. Paulo Cardoso, estudante de Jornalismo e Comunicação, encontrava-se a estudar.
O seu dia de trabalho estava para terminar, tudo tinha corrido "às mil maravilhas", quando no meio de guardas-chuvas a pingar e ranger de sapatos uma notificação se fez soar.
Na era das redes sociais, as inseguranças escondem-se por detrás de imagens e gostos. Comparações, aspeto físico, gostos, seguidores. O "mundo perfeito" da Internet pode levar quer consumidores, quer criadores de conteúdos a esconderem o que realmente sentem, sem que nunca uma partilha demonstre quem são de verdade.